CARNAVAL DO ZÉ NINGUÉM

O carnaval, para mim, parece mágico.

Lá estão homens e mulheres pernósticos,

Divertem-se ao som das marchas célebres;

Das composições com caráter lúgubre,

Às músicas cantadas por vozes lânguidas.

Nas ruas onde janelas assistem bêbedas,

Homens são mulheres, e mulheres? Tão párvulas...

O carnaval, assim, parece trágico.

E homens e mulheres divertem-se lépidos...

Lá vai o Zé Ninguém cheio de ânimo,

Depois de um dia passado insípido,

Rindo ao menos um dia como se fosse uma pílula.

Maquiado e vestido de maneira insólita,

Perseguindo curvas nas curvas íngremes

Dos bairros animados pelas recentes bátegas

E as enchentes descem como se fossem rios vândalos,

Mas, a festa acontece noite adentro, incólume.

Não vamos apenas chorar as catástrofes.

Vamos rir o nosso estado efêmero,

Balançando bandeirolas, Brasil brasileiríssimo!

Em festas de rua e corações alegóricos.

Os artesãos, da alegria, são íntimos.

Poetas dirão: são artífices...

Colombinas, Pierrôs, arlequins e acróbatas.

Abram alas para mim, um bufão, um títere,

Um triste e apaixonado folião fanático.

Tudo é festa no salão, ânimo!

E o ano já vai começar mágico...

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 13/02/2020
Reeditado em 27/03/2023
Código do texto: T6865390
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