DANINHAS

DANINHAS

Desperta antes do sino da igreja

Não quer que ninguém veja

A loucura que caminha

Entre sombras daninhas

De sementes crescidas

Em praças esquecidas

Volta após volta

Marcha com revolta

Do chão coalhado de detritos

Dos corpos infinitos

Largados ao chão

Não há coração

Agora toca o sino

Grande desatino

Os que caminham ao templo

Cegos das ruas são exemplo

Da hipocrisia das orações

Desprovidas de ações

Pedem ao deus

Que ajude aos seus

Esquecidos daqueles tão próximos

Nas ruas da amargura

E a pureza da lavagem d’alma

Os acalma

Da hipocrisia e da santidade

Em sua passividade

Tão desumana

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 13/02/2020
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