Melancolia LVI
Desconfio que ama os versos que caem do céu
Em minha solidão,
trago a dor de encarar teu olhar.
Cansada de apagar as luzes
A nuvem, se abaixa para nos tocar
Não é possível ver quando
está recolhendo saudade no
cinzento peito que ainda sonha.
Cá, fica toda a escuridão que enxergas.
As estrelas a sobrevoar teu pranto
deixam sobrevoar os rios com tua docilidade.
O interior selvagem se completa
ao olhar do lobo que uiva
na solidão que
pede socorro.
Nada impede de sentir o mundo
na madrugada que leva teu nome para longe.
O frio já domina quartos vazios
onde deitam no chão corpos que vibram
sem explicar as linhas do medo.
A linha que traça o céu trás a chama,
acende a alma com teus olhos.