IMPERATIVO
Cale a boca
e entre sem pudores
esqueça dos rumores
sinta-se à vontade
para espalhar a verdade
Não deixe
dizerem falsidades
há tantas vergonhas e inverdades
nesse antro de angústia e luxúria
Não finja ser covarde
já que os homens de bem, coitados!
além de serem raros
não passam de marionetes de alma pura
A nós, meu caro
fica o papel de transformar esse submundo
em um lugar de alegria e amor profundo
onde se espalhe o bem e a ternura
Goze
de tanto esforço e decência
de toda a resignação e insistência
dos filantropos e intelectuais
Cuspa
na cara de todos
deixe-os emocionar os frouxos
com suas propostas e guerras sociais
Pois este mundo de loucos
já tem homens de bem aos montes
que nada fazem pelos que se assumem errantes
Sempre, sempre, a mesma coisa:
reclamam dos cantos imundos
mas, o que fazem, além de mostrarem-se arrogantes?
Nada!
Mande-os ao inferno por mim
pois tenho muito o que fazer
na incubência de cuspir verdades!