Escrevo

Escrevo quando sinto, mesmo quando nem ao menos sei o que escrevo

Mas sinto e isso me consome

Tenho que escrever quando o desejo me vem

Porque em outra hora não o encontro

E o sentimento do que escrever já passou

E daí a ideia já se dissipou

E talvez ela tenha corrido e encontrado uma outra mente

E mãos que estejam disponíveis para ela.

E assim, sabendo disso, quando ela me vem, eu encosto um outro afazer

Para escutar o que ela tem a me dizer

Porque é importante e preciso compartilhar com alguém

Que de repente queira consumi-la. E ao ser consumida não cessa ali

Porque se incorpora nesse outro alguém que a ela juntará uma outra palavra

E assim o fluxo da escrita passará e passará e viajará de leitor para escritor

E de escritor para leitor, quando ela cessa em um instante para um e nasce para outro,

É hora de pausar a escrita, até uma nova visita.

É INS/EXpiração ,

dialogismo.