ETERNA
Habito nos vocábulos
dos meus versos
onde incansavelmente
rimo termos sem rima
vivo a arte e a sina
e seco lágrimas sem pranto
Como lacrar a vida e o amor
sem cantar todo dia?
Como vencer o tédio e o temor
sem ficar com a alma vazia?
Eis a razão
porque sonho tão alto
porque vivo em sobressalto
porque vôo sem asas...
No avesso dos versos escondo
o tesouro da minha contrariedade
o mistério da minha feminilidade
e o feitiço da minha eternidade...