DISTANTE COTIDIANO MULTIFACETADO
Momentos resignados...
Sempre acordo dentro da sombra do dia,
com o ar limpo e gélido dos vôos em sonho,
presencio o nascedouro da luz que vinha,
na cama com pés alcanço o chão e ponho!
Momentos acordados...
No banheiro me deparo com alguém
estranho, mas familiar, esfrego a cara.
Me encaro escovando a mente de um refém;
eu dentro de outro ser, filho da casa!
Momentos viciados...
Lavo todo o corpo, lavo toda a alma,
lavo os mais limpos sonhos que já esqueci;
largo do meu protegido lar, da calma
Parto drogado, cafeínado de mim.
Momentos predadores...
Sou do dia, a cria sem o brilho do sol;
Chego ao trabalho para me esquecer;
E ser o filho animal, filho capital,
filho racional, tem que sobreviver!
Momentos cansados...
Ganhando o dia , o dia todo foi embora.
Fujo do universo dos olhos sem rosto.
Não tenho nada mais a dizer agora,
e volto correndo encontrar o meu outro.
Momentos apaziguados...
Em casa eu observo um moribundo triste;
Banho o corpo e a alma, sai mundo daqui;
Renovado, menos do dia que não tive
Que lembro, tardiamente, em sonhos, de mim.
Vão-se as horas marcianas ... insanas...,
e ficam as noites que são minhas