EXÍLIO

Um corpo esticado sobre o leito do mundo

Traz o desencanto da vida que parte alhures

Sem deixar rastros em que a alma mergulhe

Diante do espaço-tempo que vive moribundo.

Donde vem o silêncio que se move algures?

Talvez na inquietude se pense tão profundo

Que nas horas se fite o fim em cada segundo

E, perante o nada, o viver se consagre amiúde.

A existência se limita a cada instante na morte,

O destino é mistério que vai do sul até o norte

Em ondas concêntricas prisioneiras de um nó...

Reverbera-se o raciocínio que se firma a oeste,

Diante do leste há um mar distante do agreste

Donde a eloquência desaba por estar tão só!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/02/2020
Código do texto: T6862360
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