Rua luminosa

Saudades de entoar hinos mudos

Em meu caderno surdo

Alheio às preocupações do tempo

Erguer uma bandeira sem símbolo

Meus novos cadernos tem desígnios de revolta

Percorrem cada página em convulsão

Perco e ganho memórias

Vibram pensamentos megafônicos

Dançam nos reflexos fotográficos

Em um semblante apagado

Pela fuligem e poeira

Pela imagem quebradiça

Que abre a alma

Prédios se destroçam

Peneiras de refugiados

Seguem na mira da pátria

Miséria e abandono

Almas em combustão