SEGREDO SÓ NOSSO
Uma voz no comando, um fone
no ouvido
Um olhar na tela qual vira bagatela
por espera
As mãos são as suas, na sua pele nua
realidade crua
Sem haver compromisso, sem saber
se terá amanhã
As flores são emojis, com intenções
sem explicações
O beijo fica só com vontade, com o
próprio sabor
Amores da informática, sintomática
que se propagou
Temática variável, que induz ao prazer
como um lazer
Com seres solitários, talvez até notários
deixam-se enganar
Ariscou delatou, não gostou apagou
complicou bloqueou
Num jogo sensual, acham que e normal
o natural acabou
O virtual desvirtuou, viralizou banal
ficou
Sem contato, com o próprio tato, sem
ter papo
Seguem um pacto, mentalizado, mudo
útil-izado
ADELE PEREIRA 7/02/20