Fugitiva

Ela estava sempre escapando, sempre indo embora, mesmo quando queria ficar

Sentia que era sempre a estrada, sempre fora do lugar

Se distanciando de tudo e de todos, até mesmo na poesia, ''ela'' se distanciava de si mesma para negar todo aquele sentimento reprimido

Fugir já se tornara sua rotina, antes mesmo de aprender a caminhar com os próprios pés

É irônico, eu sei, passar a vida toda se escondendo, tanto quanto é inútil

Ela sente que ninguém a ama, mas nunca se permitiu ficar tempo o suficiente ou mesmo experimentou amar primeiro

É que ela sabe quanto dói ser abandonada, já viu isso muitas vezes, vários filmes diferentes, mas com a mesma cena

Ela se sente tão pequena, diante do mundo ao seu redor

E cada lagrima que derrama, se odeia, por ter deixado acontecer e ver seu coração ficar menor

Algo está errado ultimamente, ela tem se esquecido de como fugir e tem sido um problema se adaptar ao ''agora''

Ela até finge, adotou um substituto para fuga

Como uma criminosa, só que seu único crime é continuar correndo na contra mão de si mesma

Viveu assim por tanto tempo, que esqueceu como é parar para admirar a vista, pois tudo que vê são lampejos de felicidades

Mas não são suficientes

Está imersa em olhares vazios e sorrisos falsos

E cansou de fingir

Cansou de fugir, mas não sabe onde parar

Notou que todos esses anos correndo, nunca se preocupou em construir morada no coração de outro alguém

E agora ela olha ao seu redor e todos parecem ter feito o que ela nunca aprendeu

É que mesmo cansada, ela não consegue parar de correr...

Grécia
Enviado por Grécia em 07/02/2020
Reeditado em 13/06/2022
Código do texto: T6860563
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