Verdades e palavras
A verdade mais uma vez dita
Mais parece uma adaga afiada
Que corta minha alma em pedaços
Deixando escorrer por entre os cortes
Pequenos resquícios de minha sanidade
Desejos doentios desprovidos de cura
Poucos sentimentos que ainda restaram
Meus olhos, o espelho de minha alma
Não seguram mais o pranto, a aflição
Meu corpo, cansado dessa caminhada
É o retrato do sofrimento de existências
O amor que um dia tive em meu peito
Deu lugar ao rancor que hoje me alimenta
A verdade liberta, por vezes mata
Deixando-nos perdidos entre palavras
E aqueles silêncios que soam como sinos
Desinquietando o pouco que sobrou de mim
Que clama pela força que um dia tive
E foi sufocada por dores de feridas abertas
Somente por verdades e palavras