ciranda tupinambá ou réquiem para curumim

vestiam-se nas palhas pequeninas

flores dançantes, o som

ao redor tilintava nos babaçus

o ar mítico de tupã -

em noites chuvosas as crianças

se abriam ozumbigos na floresta

pra saudar jaci radiante, lançada

nua

às águas.

dali, do buraco

sairiam estripulias das mais puras diabruras y

também cada golpe terrível

quando chutavam nosso cocar

ó jaci, que formosura tua boca

sorver cada fissura, somente tua ternura

se chama demarcação.

nem a funai para as crianci'as y

mi a mãe

traríate de volta como as araras

escondidas, puro assombro

dos latifúndios

e nas pistolas dos

fazendeiros

quando otra vez vimos cair os menino

um a um na beira

do rio

come víscera, jaci

se faz neles

encantamento

a mata é tua magia alua os mirim

beija tupã e goza goza

haverá o dia e a noite que tudo será teu, lua.