O DIA QUE O AMAZONAS SECOU
O QUE O AMAZONAS SECOU
De sede está morrendo
De fome e de tristeza
Pelo fim de sua fartura
Nos solos com rachaduras
Se foi imensa riqueza
O rio seca e a terra racha
O povo morrendo a fome
Enquanto é socorrida
Aquela gente sofrida
A angustia lhe consome
No jardim paradisíaco
Eva comeu a maçã
Aconteceu o pecado
Naquele solo rachado
Não nasce a mesma manhã
A beleza se perdeu
O sol não é mais colorido
Só a sombria morte
Levando toda a sorte
E só deixando gemido
Muitos prantos derramaram
Ao vê o Globo Repórter
Exibir aquela imagem
A desgraça da paisagem
Amontoada de morte
A historia se perdeu
A lenda do paraíso
A era se dividiu
O mundo que nunca viu
Acreditar é preciso
Penetrar no coração
dos filhos daquela terra
do mundo que assistiu
é mais um luto Brasil
dessa nação que tanto erra
Pois nada na terra é eterno
Como Deus nosso senhor
Tudo precisa ser cuidado
Só um patrimônio preservado
Renderá tanto valor
O gigante esplendoroso
Hoje está desidratado
Tão grande é sua doença
Que afetará a consciência
Daquele vilão culpado
Daquele que contribui
Com grande desmatamento
Devastando a floresta
O bem que ainda nos resta
Sem nenhum constrangimento
Sem um conceito de vida
Um instrumento do mal
Agride o meio ambiente
Com queimadas poluentes
O desequilíbrio é total
Num país irresponsável
Que não cuida do que tem
Desconhece o sustentável
Achando insuportável
Pela cobiça que tem
Ele vende a própria vida
Na ganância do poder
Não luta para preservar
Quando tudo isto acabar
O que é que vai fazer?
Autor: José Caetano P. Sousa
Laranjal do Jari,05 de outubro de 2007