devastação:

sinto-me nu.
meu corpo encoberto, co'alma destampada,
à mercê das ações de um tempo vulgar.
tempo fulgás,
repetindo trajetos da história
que deveriam ser apenas relembradas,
jamais repetidas.
que tragédia, reviver as mesmas tragédias.
a fome, indecente
de um povo, tão crente
capaz de hastear tantas bandeiras bélicas
e não ser capaz de perceber
que é o próprio alvo.
não há inocência nos olhos
dos que empunham o metal da morte,
apoiam psicodélicos heróis egocentristas
e escarneiam diante a devastação,
de toda uma geração.

@leaferro 02/02/2020
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Léa Ferro
Enviado por Léa Ferro em 05/02/2020
Código do texto: T6858871
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