Menina linda

Estou tonto e me deito,

O vinho foi em demasia,

E o sono vem, não tem jeito,

Mas insisto em escrever poesia.

Passo a mão pelo criado-mudo,

Procuro a caneta e o caderninho,

Graças a Deus encontrei tudo.

Um oceano de ideias e sentimentos,

Passam pela minha cabeça,

Tua imagem chega forte neste momento.

Paro e com trabalho pego a caneta,

Mas trabalho não há para te descrever,

Formosa da cabeça aos pés,

Sinto o aroma do mar em você,

Filha e herdeira legítima dos Caetés.

Me vi na lagoa do Mundaú,

E em suas águas ricas, mergulhei,

Emergindo com um tesouro, sururu,

E com ele te presenteei,

E te amei...

Em cada concha uma pérola,

Brancas, como leite de coco,

Outra riqueza desta terra,

Para adornar o teu pescoço.

Mas quase não as vejo,

Nada brilha mais que tua beleza,

Beijar teus lábios é o meu desejo,

Flor mais bela da natureza.

Quero te abraçar,

E com volúpia te amar,

Beber teu néctar de flor,

Para minha sede saciar,

Minha rainha, meu amor.