Transborda o clichê

Transborda o clichê da labuta

Transborda a responsabilidade da vida adulta

Transborda a hostilidade na conduta

Transborda o gesto de mão dupla

Inevitavelmente, como já sabem, transbordo

Asquerosamente, como já imaginam, retorno

Inegavelmente, como já previram, castigo

Vergonhosamente, como já sentiram, reprimo

Não é este o segredo do mundo

Não é este o segredo do escuro

Não é este o segredo em resumo

Não é este o segredo mudo

Mas como pode ser tão assim

Tão blindado e resguardado

Tão compacto e encubado

Tão regrado e entalhado

Como pode parecer de enfeite

E nem pensar em se entregar ao deleite

E desperdiçar toda a vida em um pente

E se perder no asfalto quente

Porque minhas palavras te atingem

Te rasgam, te resguardam, te idolatram

Porque em mim sou tudo

E transbordo em completude

Porque possuo em mim o mundo

E sou o que quebra tua quietude

Nada mais senão a verdade

De quem é o que é

Contra aquele que é o que esconde

E se encobre com suas fantasias de vaidade

E se remonta com as peças da vagarosidade

Isso não é um poema sensato

Porque sobre você jamais conseguirei recontar os fatos

Isso é um poema estressado

De quem já cansou de agir com descaso

Mediante a isso aí que você insiste em insistir

Mesmo minha voz te afirmando que a verdade está por vir.

A Aristocrata
Enviado por A Aristocrata em 03/02/2020
Código do texto: T6857276
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