Corrida contra o tempo que voa em sentido oposto

corria a vida no asfalto

orvalho que se faz vida na erva

noite que agoniza na alvorada

tempo que se ergue de salto

passos pesados lar abandonado…

amor que se faz fome no abraço d’amanhã…

lá fora existe o mundo e a esperança de chegar

existes tu e os braços abertos

existem as raízes da verdade

e as velas que navegam ao sabor do vento

amarrando-me no porto…

existe esse gume que me liberta…

o tempo que voa em sentido oposto

e esse amor real nos corpos genuínos

e essa perplexidade do silêncio dos beijos

um florir que desponta

um natal que se faz

a porta da rua que se fecha atras de mim

e eu?

preso voluntariamente do lado de dentro

do teu coração…

25/01/2020

02:03

In: Nova poesia de um poeta velho

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 02/02/2020
Código do texto: T6856625
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