VOO SIMÉTRICO
Voo simétrico do pássaro magistral sem destino,
por campinas, rios e céus de luas imponentes
pelos sóis de luz atemporal, portento divino,
girando em mansidão noites e dias refulgentes.
Na manhã a liberdade toca em asas melodiosas...
sobre mares que arrebentam em ondas cristalinas
em reviravolta surfando entre nuvens luminosas,
essa ave matutina usufrui de sua aventurosa sina.
Num bailado clássico sobre águas gélidas...
penetra exultante nas cores da aurora boreal
ao romper o dia em solo de atmosfera pálida
junto aos febris desejos de um voejar surreal.
No firmamento um súbito trinado arrojado,
tão provocativo esse abismo entre o céu e a terra
no espaço azul num repente um clarão inusitado
trilha florida onde o pássaro sua rota encerra.