DESFECHO

DESFECHO

Chove

Lava o corpo

Mas não a alma

Que não se acalma

Por quem se acama

Raios que partam

A doença que seca

A vida que é água

O corpo inerte

Dorme sedado

Onde andará a alma

Talvez não calma

Ou quem sabe viajando

Por onde não há como saber

Será que desperta

Será que ressuscita

Não é filho de Deus

Apenas mais um dos seus

Agora morto vivo

Apenas inspira e expira

Lentamente

Qual as palavras de uma poesia

Que não quer calar

Apenas versar

Tentando aplacar

A dor que não passa

Na alma de quem aguarda

O desfecho que não lhe pertence

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/02/2020
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