ALMA NUA

Exponho ao sol as minhas crenças

Reciclo vez em quando a minha opinião

Entre versos indigentes e uma e outra canção

Vou encurtando a distância entre o real e o que se pensa

Trago no peito uma solidão sem causa

Tenho fome de eternidade e sede de infinito

Revelando a dor do mundo em meu grito

Devoro o tempo e o espaço sem intervalo nem pausa

Sou apenas o que suporto ser

Só carrego em mim o que me cabe

Todos os sonhos que o viver me abre

E todos os pesadelos que faço por merecer

Tenho no corpo marcas da lua

Tremo ao mergulhar nesse segredo

Sofro ao me embrenhar nesse silêncio de medo

Saio com a alma dilacerada e nua.