A PARTE MAIS FRÁGIL DO DESTINO
Agora
Recomeço a perceber a diferença
Entre peso e silêncio
Nessa paisagem cotidiana
Que movimenta o avesso e os acasos
Dando aos instantes
Um tom de idiossincrasia
Aqui
Olhando este céu acinzentado
Espero seguir por uma trajetória
Que me deixe fissurado
Pela quietude da irrealidade
Que pousa na memória
Percorro ruas irreais
Tentando te encontrar
Entre tantos nomes falsos
Que buscam na noite
Sobrevivência nesses tristes dias
Onde os sonhos não funcionam
Fazendo com que todos repitam
Que a vida é assim mesmo
E o espanto já não passa
Pelas suas caras
Te encontrarei
Antes que estejas olhando o céu
Como se o azul fosse
A parte mais frágil do destino