A PARTE MAIS FRÁGIL DO DESTINO

Agora

Recomeço a perceber a diferença

Entre peso e silêncio

Nessa paisagem cotidiana

Que movimenta o avesso e os acasos

Dando aos instantes

Um tom de idiossincrasia

Aqui

Olhando este céu acinzentado

Espero seguir por uma trajetória

Que me deixe fissurado

Pela quietude da irrealidade

Que pousa na memória

Percorro ruas irreais

Tentando te encontrar

Entre tantos nomes falsos

Que buscam na noite

Sobrevivência nesses tristes dias

Onde os sonhos não funcionam

Fazendo com que todos repitam

Que a vida é assim mesmo

E o espanto já não passa

Pelas suas caras

Te encontrarei

Antes que estejas olhando o céu

Como se o azul fosse

A parte mais frágil do destino

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 27/01/2020
Código do texto: T6851964
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