Sobre os Pássaros e Sobre os Poetas
Há pássaros que cantam para a noite,
há pássaros que cantam para o dia,
há pássaros que voam em meus pensamentos,
há pássaros que cantam minhas poesias;
e, as poesias reverberam pelos longos anos
e, os poetas cantam com os pássaros
e, as poesias voam com os pássaros
noturnos, soturnos, diuturnos, e o som
ecoa pelas estrofes de pássaros e poetas.
Há pássaros que migram em poemas,
há pássaros que internam-se nos ninhos,
há pássaros que roubam todas as cores
e as carregam pelos campos e sertões,
e as imprimem pelos vastos corações
que titubeiam ante o canto apaixonado,
que se estremecem ante o canto das orações.
Há pássaros e há poetas em devaneios
que se enlevam em píncaros transcendentais;
eu sou apenas um poeta em revoada,
eu sou um pássaro que o tempo deixou para trás.