Chuva

Quero um canto só meu

Um canto, talvez o mais bagunçado da casa

Pra olhar a chuva. Prateada!

Exatamente igual á chuva da minha infância

ah! era uma festa!

O riozinho que se formava em frente à nossa janela,

e lançavamos barquinhos de papel!

Hoje o papel tem outra forma, outra essência.

E uma certa melancolia.

E lanço a fumaça do meu cigarro pela janela

Aqui neste meu canto!

Lá, naquele tempo a hora da chuva

Era a hora de me lançar

Ora chovendo deve me recolher, me resguardar.

Olhar com o olhar distante

Coisas que eu há muito tempo

Já não posso ver!

Hoje a chuva parecia tão fria.

Mas ainda prateada!

Ouco o som que me remete longe

do meu sonho;

Passa um, dois carros.

Mas ela a chuva. Não passa e me prende

Prende meus passos

Prende meu olhar

E esta chuva que parece que não vai passar

Me prende aqui neste meu canto

E põe tudo em seu lugar!

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 08/10/2007
Reeditado em 08/03/2008
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