cada dia um novo feito

Cada dia um novo feito

Voltar à infância não tem jeito.

As inocências apertam o peito

Numa sequência de desfeitos...

Então, agora emana o cursar

Previsto tantas vezes, ao leito,

Como sonha hoje teu amanhã...

Uma vez sonhei este devaneio,

Encurtar arriscados caminhos

Ao graduar idealismo refeito

Pelo voejar fora dos ninhos...

Houvera em mim este tempo

De aflorar-me ao amplo peito

Hora de sorrir em que chorei

Os dias pelo abrasivo trecho.

Mas a bela ilusão reviveu-me

Nisso chamado de utopismo,

Sonora música vinda do peito,

A ser destravado desse jeito,

Em espuma atos consumados,

Seria bom não os ter sonhado?

Não! Apesar não ter chegado,

Voltar à infância não tem jeito.

sergiodonadio

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 26/01/2020
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