cada dia um novo feito
Cada dia um novo feito
Voltar à infância não tem jeito.
As inocências apertam o peito
Numa sequência de desfeitos...
Então, agora emana o cursar
Previsto tantas vezes, ao leito,
Como sonha hoje teu amanhã...
Uma vez sonhei este devaneio,
Encurtar arriscados caminhos
Ao graduar idealismo refeito
Pelo voejar fora dos ninhos...
Houvera em mim este tempo
De aflorar-me ao amplo peito
Hora de sorrir em que chorei
Os dias pelo abrasivo trecho.
Mas a bela ilusão reviveu-me
Nisso chamado de utopismo,
Sonora música vinda do peito,
A ser destravado desse jeito,
Em espuma atos consumados,
Seria bom não os ter sonhado?
Não! Apesar não ter chegado,
Voltar à infância não tem jeito.
sergiodonadio