DOIS RIOS
Dois rios se formaram em minha face,
deixando um rastro triste de amargor,
salgando o meu sorriso de disfarce,
tirando, dos meus lábios, teu sabor.
Dois rios caudalosos num impasse,
correndo violentos num langor,
cascata de tristeza - o desenlace,
na queda irreversível desse amor.
As margens desses rios não têm fim,
como esse sentimento que eu dedico,
a um homem que não soube cultivá-lo.
Eu temo essa represa que há em mim,
que rompa com a barragem que edifico,
tentando loucamente segurá-lo.
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