Pousos

Nada que me possa fazer doce

Sai da minha boca com o amargo do fel

Nada que em meus trajos, azul que fosse

Carrega sujeiras deste céu...

Nadas, quando te faltar verdades

Entres braçadas perdidas, te mergulhar num céu

Nadas, ainda que te vença a maldade

Enxugas aos pouco a umidade com teu véu..

Nada, o que por são dizer, fosse

Como um responso de crueldades

Nada do que me farto, me contorce

Nem a rua, nem a rinha, nem letreiros da cidade

Nadas, contra as gotas de hospitalidade

Cobre-se da arrelia, de regra o infiel

Nadas, se o desconto da fria caridade

Perde-se o quanto te trago, me faz réu!

POUSOS

erhi Araujo

erhi Araújo
Enviado por erhi Araújo em 24/01/2020
Código do texto: T6849852
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