Versos claros
neste dia sem pistas
parem todos os relógios
aplaquem os trovões
silenciem os pianos
calem os cães
dopem os demônios
cortem o telefone
com um baque abafado
tragam o caixão
coloque o céu de prontidão
para os aviões deixarem seus lamentos
num rasgo a mensagem:
“o amor está formalmente morto”
dispam meus olhos
chamem os enlutados
vistam os padres de preto
coloquem fitas violeta eclesiástico
no pescoço dos pássaros no parque
parem o sol
vou desmontar o céu
não quero estrelas
nada de flores
ou mármore claro
vou embalar a lua num abril sórdido
despejo o oceano no vaso da entrada
com flores laranja pagão
varro minha canção dos bosques
porque de agora em diante
minhas veias vão se grudar como papel
lutando para bombear qualquer traço de sangue
que permaneça.
neste dia sem pistas
parem todos os relógios
aplaquem os trovões
silenciem os pianos
calem os cães
dopem os demônios
cortem o telefone
com um baque abafado
tragam o caixão
coloque o céu de prontidão
para os aviões deixarem seus lamentos
num rasgo a mensagem:
“o amor está formalmente morto”
dispam meus olhos
chamem os enlutados
vistam os padres de preto
coloquem fitas violeta eclesiástico
no pescoço dos pássaros no parque
parem o sol
vou desmontar o céu
não quero estrelas
nada de flores
ou mármore claro
vou embalar a lua num abril sórdido
despejo o oceano no vaso da entrada
com flores laranja pagão
varro minha canção dos bosques
porque de agora em diante
minhas veias vão se grudar como papel
lutando para bombear qualquer traço de sangue
que permaneça.