Floresceu o Ipê
Quando a cidade se acinzenta
De inverno,
Seu roxo incopiável destoa:
É um pintor.
Quando a noite todos os passantes
Faz correrem para a casa,
De frio,
Seus galhos charmosos balançam calmos:
É um dançarino.
Quando as mentes perdem criatividade,
De sono,
Sua beleza desafina, em si, maior:
É um músico.
Quando o sindicato das flores
Decreta greve,
De fome,
Ele se alimenta da solidão:
É um monge.