A melancolia dos dias traiçoeiros

O dia escuro,

momento de inversão,

saudosíssima emoção,

que aflora,

que arde,

que queima.

Na singular frieza,

de uma natureza cálida,

pairamos em viagens,

multidimensionais,

sem rumo, sem guia,

sem muros, sem referências.

Com perspicácia,

respiramos na eminência,

de dias pacientemente não débeis,

de transfiguração das dores,

na contramão das nossas histórias,

frenéticas, inquietantes,

melancolicamente desgarradas.

Paira no ar a essência da dúvida.

A incerteza é o véu da sequência temporal.

O som é silenciosamente perturbador.

Existir é sensivelmente móbil

e o silêncio já é refúgio.