Meninos de Sombra

Um menino de sombra

trafega nas ruas e zomba:

- Assombra, assombra!

E dos pés do operário,

sem rosto ou salário, o menino de sombra:

- Assombra, assombra!

Anoitece no Rio, São Paulo

o pavio e o menino de sombra:

- Assombra, assombra.

Nos palácios vazios,

do gosto ao fuzil, o menino de sombra,

assombra a sombra.

E a noite vai embora,

o dia, aflora e o menino de sombra:

- É agora, é agora!

Jeronimo Collares
Enviado por Jeronimo Collares em 23/01/2020
Código do texto: T6848298
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