Os olhos dos que fingem não te olhar.
Passam cheios de sombras.
Entre as frestas dos cantos dos olhos
Fingem não reparar
Faróis da hipocrisia
Miradas tão vazias
Que fingem não me olhar
Não reflita a tua culpa
Me poupe do teu beijo Judas
O teu manto eu não carrego
Pode olhar!
Não te renego
Meu olhar é de esfinge
Olhar de monja
Encare e me decifre
Refute-me, eu te devoro
Aguarde a mão da Deusa
Que gira a roda da fortuna
O remorso que te importuna
Não habita meu coração
Olhos nos olhos
Não precisa desviar
Miríades de luz
Irão te projetar
Então me encare logo
Tente não fugir
Meu olhar vai te refletir
Não temas
Pode olhar!