IGUAL
No meio da multidão
Entre mil desconhecidos
E dores que são comuns,
Penso no estranho de tudo
Vida igual, e não me iludo
Que se encontre solução...
Mesmos sonhos e caminhos
A mesma sede de vida
Que foge à concha das mãos...
Mesmas vozes reprimidas
pelas linhas tripartidas,
Pelos ventos da ilusão.
O mesmo seguir em frente
Sabendo que de repente
O céu vira só fumaça...
Porre da mesma cachaça...
E o tempo que livre passa
Nem dando tempo pro adeus!
Bola de neve a rolar
Avolumando-se mais
Conforme rola ao caminho...
Mais vinagre do que vinho
Sabor final desta taça...
Ora caçando, ora a caça.