Tédio, com um T grande pra caralho
O tédio me rói.
Sou a velha porta de madeira
repleta de cupins
de um puteiro recém fechado pela polícia civil.
Sou o metal enferrujado
de um navio naufragado.
Sou uma cerveja barata e choca.
Sou Deus sem Satã.
Sou Novela das oito sem a merda de um vilão.
Escrevo restos de poemas
enquanto peço doses de álcool
para o dono de qualquer boteco
que seja baixo o bastante para o meu gosto.
Que grande bosta.
O tédio me rói
e os casais que passam abraçados na rua
me fazem regurgitar o almoço.
Li em alguns lugares
que sexo é enganar a morte,
é levantar a cabeça para fora do abismo,
e é tão bom quando a maconha (!?)
Mas o que se deve fazer entre
Uma trepada e outra?
Entre um baseado e outro?
Entre um poema e outro?
O tédio está roendo todos os meus ossos,
e um dia, ele será o meu fim.