VIDÊNCIAS

A lua me olha

com uma íris cósmica:

nuance prata

de um oráculo pré-noturno.

No tarô:

"dez de espadas"

a carta me esfacela

com o fio da navalha

e o sangue da predição.

Longínquo, o arrebol

revela aos poucos

o corpo nu, sombrio

e melancólico do céu.

Até que enfim

a noite chega

fria e sedenta,

e nem as cartas

ou o destino

decidirão meus passos.

Sivaldo Souza
Enviado por Sivaldo Souza em 21/01/2020
Código do texto: T6847282
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