A loja de poemas

Reabre-se o umbral dos sonhos

Me vejo numa loja de poemas

Flutuando entregue às fantasias

Uma névoa de sublimes estrelas

Cintilando seu esplêndido brilho

Inundava de ternura o belo cenário

Harpas flutuavam entre nuvens

Tocava-as cinco anjos jubilosos

Poetas se rendiam entre as frases

Um ou dois compravam haicais

Outro deles escolheu uns indrisos

Uma poetisa levou somente rimas

Um romântico preferiu algumas trovas

Um avô e seu neto um par de sonetos

Busquei versos e um pacote de fábulas

Entre as estrofes um garoto afobado

Escolheu uma diferente semântica

E outros dispositivos sintáticos

Naquele literário mundo de sintaxes

Também havia intrépidas metáforas

Loucas metonímias e onomatopéias

A loja de poemas logo se fechou

Levando consigo todo o seu lirismo

E a linda utopia pelo sonho lapidada

Harock
Enviado por Harock em 21/01/2020
Reeditado em 21/01/2021
Código do texto: T6847115
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