Sigo o meu tempo
 
Deito no colo da vida e penso
Existo em meio ao tempo que tenho
No sonho de uma face pálida
Que marca o silêncio múltiplo
Nos versos que latejam na luz da pedra
A palavra é o verbo da poesia
E na cadência o amor passa sem rimas
Transformando a angústia num suave silêncio
Dourando o caminho que o sonho percorre
Envolvido no pudor falso dos olhares
Numa desordem espalhada e sem reflexo
Repouso no seu colo a minha ânsia
Coberta com ternuras e encantos
Na lembrança branca do que passou
Fragmentos alienam a minha consciência
Sem paroxismo viajo por dentro da vida
Não tentem roubar a minha solidão
Pois lá encontro cores e desenhos
Pertinho dos meus poemas
Sei sofrer separando-me de mim
Como o silêncio que habita e vacila
Tenho pouco tempo próximo
Ao lado da porta entreaberta 
Mostrando as cores em vida

 


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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 21/01/2020
Reeditado em 21/01/2020
Código do texto: T6846935
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