Melancolia LIII
Ah sim
O nó,
o laço feito na ponta do dedo.
A luz entre a corda.
Pode-se ter tudo no brilho do céu.
Eu tive sonhos que sucumbiam
de prédios e rios
que imploram para ter meu coração.
Se podes caminhar sobre as linhas,
tu pode fazer direito.
Lacear o timbre solitário que ruge em
própria escuridão.
O mundo conta para a densa nuvem
que saboreia o andar sereno baixo
que as lágrimas o trazem.
Sussura para os sonâmbulos
que não há para onde ir
e se soubesse,
não permitiria morar de baixo do lençol.
Eu a conheço o suficiente para
dizer que teu amor é um mártir espanhol.
A mente vaga para encontrar
no universo o coração.
Se te lembro em mim,
sou lembrança.
Me perco na noite
onde o silêncio da rua já é a constância
que meu coração tem.
Devagar saboreio a melancolia
Ela preenche o vazio que tu faz.
O que sei é o teu partir
que de outonos e luas volta
sorrindo.