ALVOROÇO
O ódio dispara solidão pelos caminhos,
Invertendo os saberes e a moral,
Desvastando o metafórico e o literal,
Minando os campos de sombras e espinhos
A estupidez devora as cores da ilusão
Um silêncio sepulcral em pleno alarde
Anestesía o senso crítico do covarde
Que explode numa ira sem razão
Dois abismos margeando um fétido calabouço
Numa falta de amor desenfreada
A esperança agonizando envenenada
E a alegria sofre as dores de um aborto
A justiça é parcial, permissiva e passional
A verdade são mentiras enfeitiçadas
Zarabatanas de alucinógenos municiadas
Ameaçam o velho sonho tropical.