EVOLANDO
EVOLANDO
As distâncias se alongam
Folhas mortas desfazem-se
O chão é negro
Sumiram barro e areias
Águas salgadas precipitam-se
Águas doces não matam a sede
Sol, lua, estrelas, nuvens
Alternam-se em céu agônico
Toca o sino do campanário
Repicando de lamento
Lamuriosas vozes e preces
Não mais encantam
Quisera rezar, não quer
Passou o tempo foi-se a fé
A solidão é domínio
Nas ruas, nas esquinas, nos becos
Vai desfilando altaneira
A morte que se aproxima
A desenhar no mármore
O descanso das palavras
As mãos estão frias
O coração calado
Coagula a vida
Que sem motivo
Ri-se do apagar das luzes
Tudo foi ora eflúvios ora cruzes
Na eternidade do Deus
E só dele
Mais ninguém