Encruzilhadas

O que eu sinto afinal?

O que meus olhos não admitem quando fico preso.

Que cor tem a ternura se não consigo vê-la?

Há um vazio imenso agora,

Desses que quando crianças queríamos mãe.

Não há ninguém em meio a tanta gente.

Hoje sei, esse caminho é longo,

Curta talvez seja a vida da qual falo,

Essa estrada que meu ser criou fugiu do que era,

Do que era pra ser, do meu real.

Túnicas douradas vestem aquela mulher

De beleza e amor.

Meu riso, meu cantinho solitário,

Diz-me: quem sou?

No rosto do menino que cruza a rua eu vi

Meus dez mil defeitos acelerados pelo tempo.

A estrada é longa, o tempo é curto

E a noite fala comigo como anjos de Deus.

Ainda posso, ainda quero, ainda vou.

Essa estrada é a mesma para muitos,

Não só de eus e não eus, mas de eus.

Assim, vou vivendo nessas encruzilhadas,

Na metade de tudo, até mesmo de mim.

TAS
Enviado por TAS em 07/10/2007
Reeditado em 20/02/2018
Código do texto: T684372
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