vida vazia, copo cheio
tão trágico que chega a ser poético,
a um passo do precipício
com o corpo preso ao concreto,
matemáticos, comida na mesa do filho
mundo "salvo" ... pelo o antiético,
tudo passa, pense nisso ...
quanto vale o peso e quanto vale o quilo?
trabalhando até a morte, enquanto a vida passa,
ignorando os cortes, ignorando a massa
dormindo com o peso do mundo nas costas
sob o vento gostoso do ar de sua graça,
_ domingo tem jogo, churras na casa do amigo,
trancado no quarto por uma semana
chuvas de verso, só saio de lá com um livro,
mentiras diversas ...
cada mentira contada se emana
sigo, sufocado são e salvo,
catador de migalhas, por favor
me tira do conto de fadas,
cegos, supuseram meu sumiço
e se foderam ...
sigo, sufocado são e salvo,
o que se plantou, está sendo pago no cerco
selvagens a parte cuspiram em quadros,
agora me conta, qual o plantio? no seu solo seco,
selaram a arte e lavaram as mãos,
imagens e margens sob o sol do verão,
imagine a gente? ...
fazendo do nosso calor edredom,
ultrapassado e antiquado
cabe a nós continuar o que se aprende,
no passado ouvi calado
para ensina-los no presente,
sente-se a mesa com a matilha
olhar frio, corpo quente ...
sente-se o mesmo todo dia,
vida vazia, copo cheio.