Síndrome de Estocolmo
Porque a poesia me raptou
Para um lugar
Bem perto de mim.
E fez de mim
Sua refém.
E como refém
Fui rebelde
Não a rejeitei.
Pelo contrário
Pelo inverso
Pelos versos
Foi por ela
Que me apaixonei.
E lutei
Lutei com todas as minhas forças
E a suguei.
E a usei.
E a senti...
Essa síndrome
Tão rara em mim
Possuiu-me
E me mudou.
Sou refém
E gosto disso!
Não importa a posição
Sou sua
E sempre serei.
Sou sua, poesia,
Estou aqui...
Amarre-me em seus versos
E juntos iremos seguir.
Pois sou refém
De sua linguagem
De seus suspiros
Às vezes poéticos
Às vezes não,
Mas estou presa
Às metáforas que me oferece
Aos paradoxos que me enlouquem
E me desnudam
Tiram-me o fôlego das etiquetas
Que rotulam
Que excluem
Que silenciam!
Sou sua refém, poesia
E para ti serei eternamente
Enquanto minhas mãos
Marcarem a sua voz em mim,
Sou sua
Sua refém
Refém
Efém
Fém
Em
MIM.