Melancolia XLVIII
Meus cristais refletem a dor da minha alma
Em minha solidão,
sinto a tristeza dominar os versos.
Dó de mim,
nesta mesmice medíocre de amar
o irreal e sofrer, sofrer, sofrer..
O nada gentilmente me convida
a sentar no jardim.
O silênciar constante das folhas
sentindo culpa por doar
as pétalas quando mutilo.
Eu canto no banheiro
Crio as historias que tu cria,
para outro alguém.
O final chega todos os dias,
ao final do Sol, vem a Lua
que uiva em meus sonhos
O final aglomera o mutismo que
olho, chorando de dor.
Os colapsos que crio em minha mania
de sentir o mundo
O cheiro sujo da alma, queima
minhas narinas e sangra.
Em mim, nada é sem amor que o lúdico
anjo repete, em cada pena de sua asa,
os versos erradicados das línguas.
Me entrego para não mais sonhar,
por medo de ti,
pois vejo o além domar a euforia
e me sangrar silenciosamente.
Não continuo agora, o vermelho dos versos
Nele deixo a marca no pulso esquerdo,
lembrando o sorriso que deu para minha alma.
Teu rosto em mim, enquanto chorava.