Faço aqui um Estudo Eneassílabo
Por que não me querem os benquistos?
Senão os malvistos, os esquisitos?
Os desolados, os asquerosos
E os bem vestidos e mui cheirosos?
Pois será que eu mesmo não mal cheiro,
Talvez por donde passo doutrora,
Felizmente ou infelizmente, levo
Em meu casaco o abutre meu olhado
Teria evidência em pedregulhos!
Quais me deram com o nome, opróbrio
Vede! Carrego-os presenteados!
São estas figuras, os meus amigos!
Tanto esta é a verdade e a claridade,
E não podendo ser diferente,
Que chega sibilante à troa,
À gorja quente, um nome entoa!
Dizem de mim! Ó, então me querem!
E como me querem, estão aos montes
Enrubescidos chegam a mim,
Trazendo um sol forte, e claro, seu fogo!
Ave aos sinos desta praça então,
Eia, que me estarei por lá às massas
Em auto-da-fé e em chegante data,
Para aplausos intermináveis
Para assobios de vazio
E bocas largas sem bizarria,
Tal obra que só se daria
Para a mais bem-vinda companhia!
E, então, inquiro, sento e logo pasmo,
Não vêm eles a mim como símile?
Não revejo neles algo e
Parece-me que não os desconheço
Será que deles matarei a fome?
Será que ela e eu lá não padecemos
Como amigos ou inimigos, quiçá?
Pergunto e digo ao meu coração:
"Coração, não é tão estranha esta terra
Ou enganas este velho teu mago?