INSTANTES

Enquanto viva,

Realizo perpétuas tentativas de conhecer

Meus intentos.

Ingiro um vasto ritual mundano.

Nada me leva à latente alegria.

Tudo dilacera a liberdade,

Tudo disfarça a dor.

Sorrindo, morro e todos morrem a cada instante.

Hoje sinto minhas mãos menos desesperadas,

Estou menos orgulhosa, fátua, incapaz.

Não devo resignar-me em ser menos que um resto de gente

Neste instante tão incômodo.

Devo sentir a vida, respirar a vida,

Transformar a raiva em serenidade ou pura ironia,

Olhar o céu e ver a tiara de luzes como esperança;

É o que me faz seguir sem rebeldia,

Sem anarquismo nas minhas atitudes.

Sinto, agora, um apelo profundo à minha reconstrução.

Ai de mim...

IEDA ALKIMIM

Academia Betinense de Letras
Enviado por Academia Betinense de Letras em 07/10/2007
Reeditado em 24/09/2010
Código do texto: T684091