INSTANTES
Enquanto viva,
Realizo perpétuas tentativas de conhecer
Meus intentos.
Ingiro um vasto ritual mundano.
Nada me leva à latente alegria.
Tudo dilacera a liberdade,
Tudo disfarça a dor.
Sorrindo, morro e todos morrem a cada instante.
Hoje sinto minhas mãos menos desesperadas,
Estou menos orgulhosa, fátua, incapaz.
Não devo resignar-me em ser menos que um resto de gente
Neste instante tão incômodo.
Devo sentir a vida, respirar a vida,
Transformar a raiva em serenidade ou pura ironia,
Olhar o céu e ver a tiara de luzes como esperança;
É o que me faz seguir sem rebeldia,
Sem anarquismo nas minhas atitudes.
Sinto, agora, um apelo profundo à minha reconstrução.
Ai de mim...
IEDA ALKIMIM