IMAGINAÇÃO DIGNA

Aprendi que um bom sujeito se torna melhor ainda quando sua imaginação é digna. A infindável imaginação; dentro sou rei, palhaço bem sucedido, empresário falido... Tenho filhos, sou herdeiro e até carpinteiro. Sou rosa, sou cravo, alazão, poeta, mecânico, fulano, beltrano ou ciclano...

O improvável aparece, o não real acorda dentro desse jogo de espíritos que criam imagens e coisas da qual eu nem sabia mas a certeza nascia; o rio fluía.

Na minha cabeça Alice nunca caiu no buraco e caindo se saia logo logo; Hamlet herda trono, pinóquio não mente e mentindo não cresce nariz algum, Capitu deixa claro o que fez e ninguém tem mais dúvidas! Minha cética imaginação é arcaica e livre; por vezes anarquista e presa, azul e rosa, transmite e emite, cala e consente... A imaginação arrisca, trupica nela consigo, desisto, agito, minto e saio fora.

Aqui sou rei e refém... Sou namorador e inclino votos de castidade, tudo e um pouco mais me agride, é o meu ato louvável de imaginar, o imaginar dos outros e as outras coisas de que não imaginei também existem e que participam muito bem. Sou um bom sujeito.