REFLEXO DE UMA SINA ESTÉRIL

Sou anexo do meu reflexo existencial,

Ser vagante de caminhos incertos,

Distante de tudo o que eu queria perto,

Resultado de um destino banal.

Caminhos tortuosos de meu ser ao avesso,

Preso a encontros do passado ao acaso,

Saciando o nada a transbordar do abstrato,

Fazendo-me distante de mim mesmo.

Anestesiado em fontes de inutilidades sentimentais,

Cultivando os campos em cinzas estéreis,

Privado da seara e dos jardins férteis,

Sonho com as distrações transcendentais.

Descasos de uma sina de cinérea lida,

Mostraram-me um mundo sem nexo,

Fizeram o fácil se transformar em complexo,

E assim, sigo no turbilhão da vida.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 09/01/2020
Reeditado em 10/01/2020
Código do texto: T6838198
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