DESCOBERTA
Havia uma “casca” espessa
E antes que eu da vida esqueça
A “casca”, eu resolvi tirar.
A coberta fina da maldade
E os vícios da vaidade.
A “capa” envelhecida do rancor
E a fina “pele” da vingança e da dor.
Retirei a “casca” da ignorância,
E tudo isso parecia insanidade,
Mas lá no fundo o que encontrei
Foi santidade.
Essa é a essência do nosso eu,
Mas o pecado é “casca” que nos cobre
E a nossa natureza nobre
Adormecida é essa “casca” que encobre.
Despir-se dessa “veste” maldita,
É necessário para encontrar-se.
E a vida que surge bendita
Enaltece ao criador da dita.
Ênio Azevedo