MANIA (Nina Costa) / CETICISMO (Maria Antonieta Tatagiba)

MANIA

Ahhhh, essa mania...

Essa mania de querer você a todo instante,

Com o peito arfante

De noite ou de dia.

Essa tola mania

De sonhar com você

E despertar sorrindo

Numa estranha mistura

De êxtase e euforia.

E uma luz que aos olhos ilumina,

Que sutilmente

À alma irradia,

E escreve seu nome

Como se fosse os versos

Enamorados da lírica poesia...

Ahhhh, essa mania

De lhe esperar, mesmo sem esperanças,

Será amor

Ou pura utopia?

By Nina Costa, in 07/01/2020.

Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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CETICISMO

Já não creio no Amor... Qual um vergel queimado

Pela ardência do sol, secou meu coração

Mas o pranto do céu fará virente pranto

E ai de mim! Não terei o orvalho da ilusão!

Mas quanta vez, ah, quanta! Um prantoagoniado

Dos meus olhoscorreu... quantas chorei em vão!

Sentindo-me morrer... e escutando a meu lado

A vida a gorgear a perpétua canção...

Depois veio a descrença ingente e dolorosa

É que bebi dessa água eterna da Verdade

Mais amarga que um pranto amargo de mulher.

E em meu seio esfolhou-se o amor feito uma rosa

Deixando o desencanto, esse rir de piedade,

De tudo e de mim mesma __ o riso de Voltaire!

TATAGIBA, Maria Antonieta. Frauta Agreste, 1927. Amaletras, São Mateus-ES, 2 ed., 2015, p60.

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Interação

Esperei por muito tempo,

aquele amor tão sonhado,

por fim o amor morreu,

E no tempo foi enterrado...

(Ignez Freitas, in 16/01/2020)

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 08/01/2020
Reeditado em 19/01/2020
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